Jornal da Mostra

27 de outubro de 2021

Segundo dia do Fórum acontece nesta quinta-feira, (28), e analisa os desafios do setor cultural e a tendência das linguagens híbridas

Juri da 45ª Mostra
Juri da 45ª Mostra

Dando sequência a programação de debates deste ano, o segundo dia do Fórum Mostra acontece nesta quinta-feira, 28 de outubro, com duas mesas, em que relembramos os desafios do setor cultural no último ano e meio e analisamos as novidades trazidas pela tendência das linguagens híbridas.

No começo da pandemia, foi o vazio. Depois, veio o online. Aos poucos, foi se desenhando o híbrido. E agora, com as atividades culturais autorizadas a acontecer de forma novamente presencial, um modelo que ninguém ainda sabe ao certo qual será vai se desenhando. 

Ao mesmo tempo, as fronteiras entre gêneros narrativos se dissolvem cada vez mais, gerando um hibridismo de linguagens. Isso também vale para a animação, que ganha uma mesa de discussão sobre o seu uso como recurso narrativo e para reconstituição histórica e documental.

O Fórum Mostra é realizado pela Mostra Internacional de Cinema em São Paulo em parceria com o Itaú Cultural, e será transmitido de maneira on-line pelo canal da Mostra no YouTube nos dias 27, 28 e 29 de outubro, com mesas em dois horários: às 11h e às 15h. Acesse o catálogo do evento.

Confira a programação do segundo dia do Fórum Mostra:

11H: A REALIDADE ANIMADA

Assim como as fronteiras entre ficção e documentário foram ficando cada mais borradas, aquelas entre a animação e a realidade também foram se diluindo. Por que, numa era na qual o real é registrado de forma abundante, a animação é um recurso tão atrativo para se substituir as imagens realistas ou para tratar de temas de fundo político ou potencial crítico?

Para tentar responder a essa questão, esta mesa reúne três realizadores brasileiros com filmes selecionados para a 45ª Mostra.

Meu Tio José usa a animação para retratar o atentado contra José, um ex-integrante de um grupo político de esquerda de Salvador (BA), no início da década de 1980; em Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, que ganhou o Festival de Annecy, o personagem-título encontra seu criador, Angeli; e Tarsilinha, uma produção voltada ao público infantojuvenil, tem como inspiração a obra de Tarsila do Amaral.

Participantes: Celia Catunda (cineasta), Cesar Cabral (cineasta), Ducca Rios (cineasta)

Mediação: Helen Beltrame Linné, roteirista e consultora de roteiro


15H: O ONLINE VEIO PARA FICAR?

No começo da pandemia, foi o vazio. Depois, veio o online. Aos poucos, foi se desenhando o híbrido. E agora, com as atividades culturais autorizadas a acontecer de forma novamente presencial, um modelo que ninguém ainda sabe ao certo qual será vai se desenhando.

Partindo das experiências de alguns eventos e instituições, esta mesa falará dos desafios e das possibilidades que a pandemia colocou para a relação entre a cultura e o público e do quanto a natureza de algumas manifestações culturais pode ter sido para sempre alterada.

Da mesma forma que possibilitou o contato com outras audiências, o virtual não afastou também o público? O híbrido é economicamente viável? Apesar de serem muitas perguntas, uma coisa parece certa: esse novo modelo tende, quase sempre, a incorporar a linguagem audiovisual.

Participantes: Fernanda Feitosa (diretora SP-Arte), Arthur Netrovski (diretor Osesp) Renata de Almeida (diretora Mostra)

Mediação: Ana Paula Sousa, coordenadora do Fórum Mostra


Saiba mais sobre os convidados da mesa A Realidade Animada:

Celia Catunda

Formada em Comunicação pela ECA-USP, Celia Catunda é uma das fundadoras da Pinguim Content. Com Kiko Mistrorigo, criou e dirigiu as premiadas séries Peixonauta, O Show da Luna! - atualmente na sétima temporada - e o longa-metragem Tarsilinha, que a 45ª Mostra apresenta. 

Cesar Cabral

Formado em Cinema pela ECA-USP, Cesar Cabral é sócio da Coala Filmes e atua como diretor, animador e produtor. Fez os premiados curtas-metragens Dossiê Rê Bordosa (2008), Tempestade (2011) e a série de TV Angeli The Killer (2017). Seu primeiro longa-metragem, Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, presente na seleção na 45ª Mostra, ganhou o prêmio Contrechamp no Festival de Cinema de Annecy.

Ducca Rios

Graduado em Comunicação Social e Mestre em Políticas Sociais, Ducca Rios é roteirista, diretor, ilustrador e músico. É diretor criativo na Origem Produtora de Conteúdo, estúdio de animação e produtora que realizou diversas séries em animação e filmes premiados. Meu Tio José, seu primeiro longa-metragem, foi selecionado para o Festival de Animação de Annecy e será exibido na 45ª Mostra. 


Saiba mais sobre os convidados da mesa O Online Veio Para Ficar?:

Fernanda Feitosa

É diretora e fundadora da SP-Arte, um dos eventos de arte com maior destaque na América Latina, e vice-presidente do Conselho de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Formada em Direito pela USP e mestre em Direito Internacional pela Boston University School of Law, Fernanda foi diretora jurídica da Submarino e vice-presidente jurídica do Banco J.P.Morgan

Arthur Netrovski

Diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e do Festival de Inverno de Campos do Jordão, Arthur Nestrovski é doutor em literatura pela Universidade de Iowa. Lançou os livros Tudo Tem a Ver – Literatura e Música (2019) e Outras Notas Musicais (2009), entre outros, e os CDs O Fim da Canção, com José Miguel Wisnik e Luiz Tatit, e Sarabanda (2020), com Lívia Nestrovski

Renata de Almeida

Formada em Rádio e TV pela FAAP, com especialização em cinema e documentário pela The New School, em Nova York, Renata de Almeida é diretora da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo – evento no qual atua desde 1990, estando à frente da seleção de filmes, programação e produção. Foi sócia das distribuidoras Mais Filmes e Filmes da Mostra e do circuito Cinearte de exibição.