25 de outubro de 2021
A quinta edição do Fórum Mostra começa nesta quarta-feira, 27 de outubro, com duas mesas centradas nos impactos da pandemia sobre o audiovisual, tanto em termos de linguagem quanto em termos mercadológicos. Diante da expansão das plataformas digitais, o setor se pergunta: como esse novo ambiente será regulado? As dúvidas incluem desde a forma adequada de tributação das plataformas até as exigências de cota de programação brasileira e passam por questões ainda mais amplas, como os limites da propriedade cruzada entre os grandes players.
Ao mesmo tempo, além de ter acelerado as mudanças estruturais no mercado audiovisual, a pandemia impôs novos desafios na forma de se fazer cinema e, curiosamente, aproximou cinema e teatro – fazendo com que uma arte virasse um pouco a outra. Durante a tarde do primeiro dia, o Fórum se dedica a esta questão: quais caminhos de linguagem se abrem a partir deste momento?
O Fórum Mostra é realizado pela Mostra Internacional de Cinema em São Paulo em parceria com o Itaú Cultural, e será transmitido de maneira on-line pelo canal da Mostra no YouTube nos dias 27, 28 e 29 de outubro, com mesas em dois horários: às 11h e às 15h. Acesse o catálogo do evento.
Confira a programação do primeiro dia do Fórum Mostra:
DIA 1 | 27 DE OUTUBRO, QUARTA-FEIRA
11H: NOVAS TELAS, NOVAS REGRAS
O último ano e meio, que deixou as salas de cinema fechadas em parte do tempo e manteve as pessoas em casa, acelerou de forma significativa mudanças que já estavam em curso no campo audiovisual.
No Brasil, desde que a pandemia começou, as plataformas existentes expandiram a base de assinantes e outras desembarcaram por aqui. Diante de tantas novidades, o setor se pergunta: como esse novo ambiente será regulado?
As dúvidas incluem desde a forma adequada de tributação das plataformas até a exigências de cota de programação brasileira e passam por questões ainda mais amplas, como os limites da propriedade cruzada entre os grandes players.
Participantes: Andressa Pappas (Motion Picture Association), Marcelo Bechara (Grupo Globo), Felipe Lopes (Vitrine Filmes
Mediação: Ana Paula Sousa, coordenadora do Fórum Mostra
15H: AINDA É TUDO CINEMA?
A pandemia, além de ter acelerado as mudanças estruturais no mercado audiovisual, impôs novos desafios na forma de se fazer cinema e, curiosamente, aproximou cinema e teatro – fazendo com que uma arte virasse um pouco a outra.
Ao mesmo tempo em que o teatro se viu obrigado a fazer experiências em vídeo, os filmes recuperaram elementos do teatro para se tornarem possíveis. Alguns dos filmes selecionados para a 45ª Mostra são resultado de processos criativos desencadeados pelo isolamento social.
Enquanto Caco Ciocler resolveu filmar por meio do Zoom, Andrea Beltrão foi ao Teatro Poeira fazer um longa-metragem sobre a impossibilidade de encenar Antígona e Miguel Gomes brinca com a linguagem para mostrar o que é filmar na pandemia.
Participantes: Andréa Beltrão (atriz), Caco Ciocler (ator e diretor), Luís Urbano (produtor)
Mediação: Guilherme Genestreti, editor-adjunto de Cultura da Folha de S. Paulo
Saiba mais sobre os convidados da mesa Novas Telas, Novas Regras:
Andressa Pappas
Formada em Direito e com ampla experiência em formulação e implementação de políticas públicas, bem como em iniciativas público-privadas, Andressa Pappas trabalhou 14 anos no Governo Federal e, atualmente, é diretora de relações governamentais da Motion Picture Association – organização que representa empresas como Disney, Netflix, Sony, Paramount, Universal e Warner Bros.
Marcelo Bechara
Formado em Direito, com MBA em Direito da Economia e da Empresa pela FGV, foi consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Procurador-Geral da Anatel, Conselheiro-Diretor da Anatel e vice-presidente da agência. Integrou o Comitê Gestor da Internet no Brasil e participou da formulação do Marco Civil da Internet. É diretor de Relações Institucionais e Regulação de Mídias do Grupo Globo.
Felipe Lopes
Mestre em Cinema e Audiovisual pela UFF e com especialização em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM, Felipe Lopes atua há mais de dez anos no mercado audiovisual, tendo passado pelas áreas de produção, distribuição, festivais e gestão pública. Atualmente, é sócio-diretor da Vitrine Filmes e presidente da Associação Nacional dos Distribuidores do Audiovisual Independente.
Saiba mais sobre os convidados da mesa Ainda É Tudo Cinema?:
Andréa Beltrão
A atriz iniciou a carreira no Teatro Tablado, em 1978, interpretando o personagem João Grilo, em O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, e estreou na televisão em 1984, na novela Corpo a Corpo, de Gilberto Braga. Em 2005, ao lado de Marieta Severo, fundou o Teatro Poeira, no Rio de Janeiro. Atuou em dezenas de novelas e filmes e apresenta, na 45ª Mostra, Antígona 442 a.C.
Caco Ciocler
Ator de teatro, cinema e TV, Caco Ciocler fez sua estreia como diretor com o curta-metragem Trópico de Câncer (2009). Seu primeiro longa-metragem, Esse Viver Ninguém Me Tira (2014), foi selecionado para importantes festivais de cinema do país, e seu segundo longa, Partida, ganhou prêmios em Málaga, no Porto e Aruanda. Seu terceiro longa, O Melhor Lugar do Mundo É Agora, está na 45ª Mostra.
Luís Urbano
Economista e sócio da produtora O Som e a Fúria, baseada em Lisboa, Luís Urbano é membro da Academia de Artes e Ciências de Hollywood e da Academia Europeia de Cinema. Em 2020, recebeu o prêmio Eurimages/EFA de melhor produtor europeu. Produziu mais de 60 filmes, alguns em parceria com o Brasil. Apresenta na 45ª Mostra o longa-metragem Diários de Otsoga, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes.